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6 mitos sobre renda fixa em que as pessoas ainda acreditam - Infinity Soluções Financeiras

6 mitos sobre renda fixa em que as pessoas ainda acreditam

By Bruno Finanças Comentários desativados em 6 mitos sobre renda fixa em que as pessoas ainda acreditam

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renda fixa é a porta de entrada para o mundo dos investimentos. Não é para menos: seus produtos têm funcionamento mais simples e volatilidade menor em comparação com outras classes de ativos. Por isso, ela é o caminho que faz mais sentido para um grande número de investidores. Quem não quer ter dor de cabeça normalmente prefere ficar no terreno mais conhecido dos CDBs, dos fundos DI e da poupança.

Mas esse caráter democrático tem um efeito colateral. Muitos investidores têm a sensação de que dominam o assunto renda fixa, mas acreditam em falsas verdades que, de tanto serem repetidas, viraram senso comum.

Para ajudar a desmistificar essas crenças, o 6 Minutos conversou com Guilherme Artmann, head de renda fixa da corretora Easynvest. Estes são os mitos mais comuns sobre renda fixa. Descubra se você ainda acredita neles.

1) “Renda fixa é só CDB, fundo DI e poupança”

Para o brasileiro, essas são de fato as principais referências quando o assunto é renda fixa. “No passado, o CDB entregava uma rentabilidade muito alta, e isso com a segurança da garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Por isso, ele reinou absoluto durante muitos anos”, lembra Artmann. “Mas há muitos outros produtos dentro do guarda-chuva da renda fixa.”

LCILCA e as hoje mais raras LCs são alguns exemplos. Há também os títulos do Tesouro Direto: prefixado (antiga LTN), Tesouro Selic (antiga LFT) e Tesouro IPCA+ (antigas NTN Série B e Série F). E modalidades menos triviais, como os fundos que investem em crédito privado.

2) “Renda fixa tem rendimento fixo, por isso que tem esse nome”

Em termos. O rendimento do título só será fixo se for preenchida uma condição: que o investidor o carregue até o vencimento. “Ele precisa seguir as regras. Se resolver vender o título no meio do caminho, pode haver variação na rentabilidade”, alerta o head da Easynvest.

Esse fenômeno, conhecido como marcação a mercado, se explica pela eventual diferença entre a taxa de juros vigente na compra do título pelo investidor e aquela praticada pelo mercado quando ele resolveu se desfazer da posição.

Se os juros eram de 5% ao ano e continuam sendo de 5% ao ano, então aquele título que paga 5% ao ano terá o mesmo valor de mercado e o investidor receberá o que esperava. Em um segundo cenário, se os juros vigentes passaram a ser de 6% ao ano, aquele título que paga só 5% sofrerá deságio e o investidor perderá dinheiro. Se, por outro lado, a taxa básica de juros tiver caído para 4%, um título que paga 5% será mais valorizado e o investidor sairá no lucro ao vendê-lo.

Isso significa não só que a renda fixa não é tão fixa assim, mas também que essa variação de rentabilidade poderá ser positiva ou negativa. Essa possibilidade de flutuação na taxa de juros é o fator de risco dos títulos de renda fixa. E ajuda a explicar por que os títulos com vencimento mais longo oferecem taxas maiores: justamente porque quem carrega o título por mais tempo está potencialmente mais exposto a esse risco.

“O que o investidor deve fazer é tentar dividir o volume investido em diferentes vencimentos, que atendam à necessidade de liquidez que ele possui. Se comprar um título de cinco anos e resolver vendê-lo seis meses depois, a chance de algo dar errado é enorme”, afirma Artmann.

3) “O investidor nunca perde dinheiro na renda fixa”

Como vimos acima, o investidor pode perder dinheiro, sim, principalmente nos casos de resgate antecipado do título. Mas, mesmo que permaneça com o título até o fim do prazo e, com isso, seja remunerado da forma que foi combinada, ele pode estar deixando de ganhar dinheiro, o que também o prejudica.

“Se você comprou um CDB que paga 5% ao ano de juros e o levou até o fim, vai receber isso direitinho. Mas, se a taxa Selic subiu ao longo do tempo e, no vencimento do título, estiver em 10% ao ano, você deixou de ganhar 10% ao ano para ganhar apenas metade da taxa. É outra forma de perder”, pondera o especialista.

4) “O rendimento da renda fixa é pior que o de outros produtos financeiros”

Depende. Em qualquer ativo financeiro, risco e retorno andam lado a lado. Por isso, em tese, se a renda fixa tem volatilidade menor que a de outras classes, então, ela tem que entregar um retorno menor, ou seja, pagar menos. “Se a renda fixa desse um retorno maior que as ações, por exemplo, as pessoas deixariam de investir em empresas para aplicar em renda fixa, e com isso não haveria atividade econômica”, explica Artmann. “Por isso, via de regra, a renda fixa paga menos”.

Mas nem sempre é o que acontece. Existem inúmeras situações em que o rendimento de ativos de maior risco acaba sendo inferior ou até mesmo negativo. Nesses casos, a renda fixa acaba pagando melhor, ainda que possa pagar pouco.

“No fim das contas, se a renda fixa é melhor ou pior, isso dependerá do apetite a risco de cada um. Se, para aquele investidor, ter um rendimento de 5% é bom, será que vale a pena para ele se expor a muito mais risco só para obter um ganho de 7%?”, indaga o head da Easynvest. “Quanto mais risco se corre, maior é a chance de a aposta dar errado.”

5) “Renda fixa é só para o investidor de perfil conservador”

Não exatamente. Na média, ela faz mais sentido para os mais conservadores, que preferem aceitar ganhos mais comedidos a ter que se expor a um risco maior. Mas a renda fixa deve fazer parte da estratégia de investimento de todos os perfis.

Pelo menos a fatia do portfólio destinada à reserva de emergência deve estar alocada em renda fixa, pois ela oferece a liquidez necessária para ser resgatada com rapidez em qualquer eventualidade.

“É difícil encontrar um investidor que esteja 100% alocado em risco. Todo mundo tem um pouco de renda fixa no portfólio”, diz o especialista. “Além de proporcionar algum conforto em meio à volatilidade, ela ajuda a balancear a carteira, já que tem alguns produtos que se beneficiam da alta dos juros e outros que vão melhor na baixa.”

Embora o trading de curto prazo seja muito mais comum com ações, Artmann conta que há investidores arrojados que também especulam com renda fixa. “Em momentos de maior estresse do mercado, eles podem comprar títulos do Tesouro e até CDBs, apostando que em uma mudança do cenário de inflação que lhes permita lucrar com os papéis”, diz.

6) “Renda fixa é fácil”

Ledo engano! A renda fixa pode até ser menos complexa que outras classes de investimentos, mas também tem suas nuances. Entender bem o funcionamento daquilo que se está comprando é fundamental para evitar surpresas.

“Ela não é tão simples quanto as pessoas gostariam e também requer bastante pesquisa do investidor. Não é só comprar e acabou”, diz Artmann. “Tanto isso é verdade que, quando por algum motivo a taxa dá negativa, todo mundo fica assustado”, conclui.

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