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Comprar ou alugar um imóvel? Veja o que faz mais sentido para você - Infinity Soluções Financeiras

Comprar ou alugar um imóvel? Veja o que faz mais sentido para você

By Bruno Finanças, Negócios Comentários desativados em Comprar ou alugar um imóvel? Veja o que faz mais sentido para você

8 conselhos para quem vai alugar um imóvel pela primeira vez - Casa e  Jardim | Dicas

Resumo da matéria

  •  A decisão entre comprar e alugar passa por fatores subjetivos. Alguns preferem a segurança da casa própria e outros valorizam mais a flexibilidade de poder trocar de endereço conforme mudarem os planos de vida
  • Do ponto de vista financeiro, a compra se torna mais vantajosa que o aluguel quando o retorno real dos investimentos é inferior à taxa de locação do imóvel. É o que ocorre neste momento
  • Isso não significa, necessariamente, que alugar seja um tiro no pé. Com um planejamento financeiro rigoroso, é possível viver de aluguel, guardar dinheiro e adquirir um imóvel no longo prazo
Comprar ou alugar um imóvel para morar, eis uma dúvida recorrente. E não é para menos. A moradia é uma das escolhas mais sensíveis da nossa vida, e cada um desses caminhos define a questão de forma bem diferente.

E não existe uma única solução correta para todo mundo. Tanto a compra como a locação têm vantagens e desvantagens que, no fim das contas, são subjetivas. Isso significa que cada perfil de morador dá um peso diferente a essas questões, de acordo com seus valores e preferências pessoais.

Há também os fatores financeiros, é claro. Mas a escolha mais favorável sob esse prisma muda conforme a conjuntura econômica do momento. Vamos colocar na mesa todas as variáveis envolvidas, para que você conclua qual desses dois caminhos faz mais sentido na sua vida.

O que vai me fazer mais feliz? O sonho da casa própria faz os olhos de muitas pessoas brilharem, por uma questão cultural. Essa aquisição tem um valor simbólico muito importante: é reconhecida como uma grande conquista de cada um.

Além disso, a estabilidade que ela proporciona é bem-vinda em um país com uma memória inflacionária tão latente. Ter sua própria casa é não precisar procurar outro lugar para morar porque o aluguel da região se tornou impagável. Muitas pessoas querem a segurança de já saber onde vão morar, escolher um lar definitivo e deixá-lo aos poucos com a sua cara.

Para outras pessoas, porém, a ideia de fincar raízes em um lugar não se encaixa em seu momento de vida. Afinal, tudo pode mudar no futuro: um novo trabalho, um novo amor. E elas preferem ter flexibilidade para trocar de endereço, conforme seus planos mudarem. Para elas, o imóvel próprio é uma âncora pesada demais e não faz sentido comprometer as próprias finanças de forma tão definitiva com isso.

Note que nenhuma dessas considerações traz aspectos financeiros. Mas tão ou mais importante que eles é saber escutar seu coração e entender o que fará você mais feliz. Afinal, também é disso que se trata.

“É preciso considerar o momento de vida e o perfil de cada um. Tem gente que vai se sentir insegura em um imóvel alugado, mesmo que tenha uma vantagem financeira com essa opção. Nem sempre a decisão financeira é a melhor decisão”, diz o planejador financeiro Andrés Montano.

Do ponto de vista financeiro, qual é a solução mais vantajosa? “A avaliação puramente financeira entre comprar e alugar depende da comparação entre a taxa de aluguel e o retorno real (após descontada a inflação) de um título de renda fixa, como o Tesouro IPCA+ (antiga N TN-b)”, explica Luís Barone, sócio da Galapagos Wealth Management.

Vamos explicar melhor. Suponha que você tem o montante disponível para adquirir o imóvel que deseja. Mas, em vez de comprá-lo, você pode aplicar a quantia e morar de aluguel. Essa opção só será vantajosa se o que você receber de juros em seu investimento a cada mês for, no mínimo, suficiente para bancar a locação.

Essas duas variáveis – taxa de locação e taxa de juros – mudam ao longo do tempo; é por isso que, do ponto de vista financeiro, não existe uma resposta definitiva para o dilema.

Hoje, a taxa Selic está em 2,75% ao ano, com expectativa de chegar perto de 5% até o fim de 2021. Até lá, a inflação será de 3%, em uma estimativa bastante conservadora, o que significa um juro real, na melhor das hipóteses, de 2% ao ano. De outro lado, o inquilino paga de aluguel entre 0,4% e 0,5% do valor do imóvel por mês, o que dá algo entre 4,8% e 6% ao ano.

“Neste momento, a taxa de aluguel é maior que o juro real no Brasil. Então, tudo leva você a comprar e não alugar”, conclui Barone.

Mas eu não posso pagar à vista. Mesmo financiando, vale a pena sair do aluguel? Hoje é possível encontrar financiamentos imobiliários com taxas prefixadas de 7% ao ano. Para Barone, trata-se de uma taxa bastante convidativa para um empréstimo de 30 anos. “O banco estará te emprestando abaixo da taxa de juros de longo prazo. Para 10 anos, os juros já estão em 9,30% ao ano”, diz.

Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper, pondera que é mais fácil assumir um compromisso financeiro de prazo tão longo quando se vive em um país de economia mais estável, como os Estados Unidos. “Lá, é comum as pessoas morarem de aluguel até os 30 ou 32 anos de idade, quando já têm mais segurança na carreira e estão formando família. Aí, elas partem para um financiamento de 30 anos. A previsibilidade da economia permite isso.”

Ele reconhece que o Brasil não desfruta dessa mesma previsibilidade. Mesmo assim, acha que vale a pena se planejar financeiramente e partir para a casa própria.

“Quem mora de aluguel por muito tempo no Brasil não consegue juntar dinheiro para comprar uma casa. Aqui os preços dos imóveis ficam estáveis e, de repente, disparam de forma absurda”, afirma o professor. “Por isso, quem não se organizar e imobilizar recursos para comprar um imóvel vai acabar pagando aluguel a vida toda.”

Alugar é jogar dinheiro fora? Não necessariamente. Pode, inclusive, ser uma estratégia que leva a uma compra no longo prazo. Mas, para isso, é preciso ter bastante disciplina.

Para ilustrar esse raciocínio, Montano propõe uma situação em que o interessado pretende comprar um imóvel de R$ 500 mil e tem condições de dar um sinal de 30%, ou seja, R$ 150 mil. “Se ele financiar a diferença de R$ 350 mil em 30 anos com custo efetivo total de 8% ao ano, pela Tabela Price, pagará uma parcela mensal de R$ 2.400”, calcula o planejador financeiro.

Mas ele também pode alugar o mesmo imóvel, conseguindo pagar R$ 2 mil por mês ao proprietário (uma taxa de locação de 0,4%). Ele terá um gasto mensal R$ 400 menor que o que teria no financiamento, e pode aplicar essa diferença todos os meses em bons investimentos de renda fixa, com afinco.

“Em 30 anos de financiamento, a pessoa terá desembolsado praticamente R$ 1 milhão, entre sinal e parcelas. Se, em vez disso, ela pagou R$ 2 mil de aluguel e investiu R$ 400 todos os meses, no final de 30 anos ela terá mais de R$ 500 mil guardados e poderá comprar um imóvel à vista”, projeta.

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