A sessão de segunda-feira registrou a maior saída em ações em um dia desde pelo menos 2008, de R$ 6,9 bilhões
SÃO PAULO – De acordo com dados compilados pela Bloomberg junto à B3, os investidores estrangeiros retiraram R$ 9,2 bilhões em ações na B3 entre os dias 19 (sexta-feira) e 23 de fevereiro (terça-feira), em meio ao estresse provocado pela troca no comando da Petrobras (PETR3;PETR4) anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro.
A segunda-feira registrou a maior saída em ações em um dia desde pelo menos 2008, de R$ 6,9 bilhões. O saldo acumulado no mês está negativo até dia 23 em R$ 4,6 bilhões. No ano, contudo, o saldo é positivo em R$ 18,9 bilhões.
A Petrobras chegou a perder R$ 102,5 bilhões em valor de mercado em dois dias depois que Bolsonaro indicou o general Joaquim Silva e Luna para o lugar de Roberto Castello Branco, em meio a divergências sobre reajuste dos preços de combustíveis. Veja mais sobre o tema clicando aqui e aqui .
Vale destacar que, além do noticiário doméstico, o noticiário internacional também acaba pensando negativamente para os emergentes e, por consequência, para o Brasil.
A Bloomberg destaca que os mercados emergentes se preparam para uma saída de fundos em meio ao aumento dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, o que remete à turbulência ocorrida em 2013.
Depois dos ganhos no início de 2021, ativos de países em desenvolvimento despencaram nos últimos dois dias, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA subiam para o nível mais alto em mais de um ano. O movimento soou o alarme sobre as perspectivas para as taxas de juros e inflação. O índice acionário MSCI Emerging Market chegou a cair 2,8% na sexta-feira, enquanto o rand sul-africano e a lira turca acumulavam queda acima 3% em relação ao fechamento de quarta-feira.
Os mercados emergentes perdem terreno com as expectativas de uma política monetária global mais apertada e avanço da inflação, que reduzem o apelo relativo de ativos de risco. Com a alta dos rendimentos dos EUA nesta semana, muitos lembraram da turbulência causada pelo anúncio do Federal Reserve de que começaria a desacelerar sua política de flexibilização quantitativa, o levou à disparada das taxas dos títulos ao redor do mundo.