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Mais Baixa Para o Rico, Mais Alta Para o Pobre: Como Cada Faixa de Renda Sentiu a Inflação na Pandemia - Infinity Soluções Financeiras

Mais Baixa Para o Rico, Mais Alta Para o Pobre: Como Cada Faixa de Renda Sentiu a Inflação na Pandemia

By Bruno Finanças Comentários desativados em Mais Baixa Para o Rico, Mais Alta Para o Pobre: Como Cada Faixa de Renda Sentiu a Inflação na Pandemia

Novo coronavírus reduz renda de metade dos brasileiros, diz pesquisa

A pandemia de coronavírus não afetou mais os mais pobres apenas quando o assunto é o número de casos de covid-19. Portanto o avanço da infecção no Brasil também penalizou mais a inflação das famílias de menor renda, mostram dados calculados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Nos últimos 12 meses terminados em julho, a variação de preços para quem ganha menos de R$ 900 por mês (ou famílias com renda familiar menor que R$ 1.650) avançou 2,94%, de acordo com levantamento da pesquisadora Maria Andreia Parente Lameiras com base no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

Ou seja, no mesmo período, quem recebe acima de R$ 9 mil mensais (ou mais que R$ 16.509,66 de renda familiar), considerado de alta renda, sentiu uma inflação mais suave, de 1,73%.

Portanto mostram dados que, quanto menor a renda, maior a inflação (veja abaixo a variação de preços em 12 meses para as faixas intermediárias):

  • Renda baixa entre (R$ 900 e R$ 1.350): 2,61%
  • Média-baixa renda (entre R$ 1.350 e R$ 2.250): 2,19%
  • Média renda (entre R$ 2.250 e R$ 4.500): 2,12%
  • Média-alta renda (entre R$ 4.500 e R$ 9.000): 2,02%

Qual a razão dessa diferença?

Isso vem acontecendo por dois motivos, segundo a pesquisadora: em primeiro lugar, os alimentos, habitação e energia elétrica, que são itens com peso importante no bolso dos mais pobres, estão subindo de preço.

“Houve um movimento de alta nos preços dos alimentos, mais recentemente puxado pela carne, que está em período de entressafra”, afirma ela. Além disso, recentemente houve reajustes na tarifa de energia elétrica (+2,6%) e de aluguéis (+0,53%), o que também ajudou a impulsionar a inflação de quem tem renda menor.

Por outro lado, quem ganha mais acabou sendo beneficiado da queda nos preços dos serviços durante a crise do coronavírus.

“O setor mais penalizado da crise foi o de serviços, o que acabou beneficiando a inflação de quem tem a renda maior. Muitas escolas particulares estão dando desconto, há menos demanda por lazer, por passagens aéreas, tudo isso está com queda de preços”, exemplifica.

Como é calculada a inflação dependendo da faixa de renda?

O cálculo é feito considerando-se que o peso que cada grupo diferente de consumo tem sobre o gasto total das famílias: são levados em conta o quanto representam para cada faixa de renda itens como alimentos e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transportes, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação (gastos com telefone e internet).

“A primeira grande diferença é que, quanto menor a faixa de renda, menos itens você consome. E como consome menos itens, os produtos comprados tem maior peso no orçamento”, explica a pesquisadora do Ipea. “Como os mais ricos consomem mais, o peso de cada item acaba sendo diluído nos gastos totais”.

De acordo com ela, os produtos que mais influenciam a inflação dos mais pobres são alimentos, energia elétrica, aluguel e transporte público. “Esse é o grosso da despesa das pessoas com menor renda. No caso dos mais ricos, são os serviços, como colégio, planos de saúde e despesas com automóveis”.

E qual a tendência para a inflação nos próximos meses?

Portanto, segundo a pesquisadora, no segundo semestre a expectativa é que a inflação dos alimentos se reduza de ritmo.

“Estamos com uma boa safra de grãos, e isso ajuda muito a reduzir o ritmo da inflação dos alimentos. Esperamos um comportamento um pouco melhor ao longo do segundo semestre”.

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